quarta-feira, 25 de abril de 2012

descompensado - a minha ovelha feia

...Conhecendo-te sei que você dirá o que é isso, companheira, estava apenas de brincadeiras, não era para levar tão a sério. Eu Concluo sofridamente que não tens coração: no seu jeito infantil, obtuso, pensa que é brinquedo e quer o dos outros emprestado. Alguns até deixam na maior boa vontade, no maior interesse em despertar você. Você modela, cutuca, joga pro alto e quando cansa, malcriada criança, esquece de devolver. Com a perícia de um pirotécnico jogas com o calor alheio sem se queimar.
Larga num canto o músculo pulsando ainda, pedindo socorro, abandono de vítima.
penso: só brinca com o coração quem não tem.

Espasmódica transformista do diabo.
E o que vai te ensinar a tratar quem te ama, hão de sugerir opções diversas uns amigos do bar e do convento comigo concordando jamais.
Nenhuma puta que conheça todos os acordes que te fazem chorar.
Nenhuma santa adulta cravando uma faca no teu peito com o olhar de virgem maria.

Que você tenha os seus barbitúricos por perto, pela preservação do que há no além da sua janela.
(sic)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Contraditando


Ela tem um olhar risonho que eu já não sei se era pra ser proibido ou se deveria haver uma lei que comprometesse todo mundo a rir olhando daquele jeito pra alguém. Assim talvez esse todo mundo entendesse o desequilíbrio que me dá a minha pequena grande. Essa falta de chão que cativa e assusta. Esse permanente cheiro de coisa inédita. Permanente cheiro de coisa inédita. Permanente e inédito. Contraditório, penso. Seja como for, sigo descendo pra cima nas curvas desse sorriso. Subindo enquanto caio na nossa vertigem, afogamento ao avesso. Seguindo em frente de costas sem olhar pra trás.
Os seus olhos molham os meus, o nosso amor foi pintado pelo Escher.